Wednesday, July 09, 2008

JORNAL DO BRASIL
Transpetro lança edital para mais 22 navios
Nenhuma das 26 embarcações encomendadas na primeira fase começaram a ser produzidas

A Transpetro, braço logístico da Petrobras, lançou ontem a segunda fase do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), que prevê a construção de mais 22 navios de apoio à produção da estatal. Dois anos depois do fim da primeira licitação, nenhum dos 26 navios encomendados começaram a ser construídos, e alguns dos projetos enfrentam problemas para saírem do papel.

É o caso do consórcio Rio Naval, que encontra problemas para garantir o local onde serão feitos os navios. Há impasse com o estaleiro Sermetal em relação à venda da área no Caju, na zona portuária do Rio. O estaleiro possui um dique seco que permite que se faça navios de grande porte. O Rio Naval ganhou a licitação para a construção de nove navios, cinco do tipo Aframax e quatro Panamax.

Entraves
O estaleiro Itajaí ainda depende de aprovação do financiamento para fazer três navios gaseiros. O Mauá, que ganhou permissão para construir quatro navios, depende da contratação do seguro garantia que permitirá a validação das cláusulas do contrato.

De acordo com o presidente da Transpetro, Sergio Machado, a perspectiva é que o aço que será necessário para a construção de parte dos dez navios encomendados ao estaleiro Atlântico Sul, situado em Recife comece a ser cortado ainda no final deste mês. Mesmo assim, apenas 30 mil toneladas das 400 mil necessárias para a construção dos 26 navios está comprada.

O cenário não parece desanimar Machado. Segundo ele, o Brasil tem de aproveitar o boom que ocorre na indústria naval do mundo e não pode ficar para trás, tornando-se um país competitivo na área.

– Temos a décima carteira mundial de projetos de novos navios hoje, e com a segunda fase do programa, vamos pular para a sexta posição – disse o presidente da Transpetro.

Produção
A construção dos 22 navios é estimada em, pelo menos, R$ 2 bilhões, abaixo dos 26 navios da primeira fase do programa, avaliados em R$ 2,4 bilhões. Serão necessários mais 250 mil toneladas de aço para a segunda fase.

Machado ressaltou que a Transpetro quer comprar aço no Brasil, mas com níveis de preços comercializados pelos asiáticos. A indústria siderúrgica brasileira pede 30% mais caro do que a coreana, por isso a Transpetro não descarta importar aço. Mas nega com veemência a possibilidade de fazer navios em estaleiros no exterior.

– Convidamos 13 estaleiros brasileiros e 14 estrangeiros para a licitação. Mas a condição fundamental é que todos os barcos sejam feitos no Brasil, com índice de nacionalização de 70% – afirmou referindo-se ao percentual de componentes fabricados no Brasil que será exigido na licitação.

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